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Corpo Humano

Corpo humano

O corpo humano é uma estrutura total e material do organismohumano.

Aspecto externo do corpo humano.

Ciências

Homem Vitruviano, desenho de Leonardo da Vinci

A Anatomia humana estuda grandes estruturas e sistemas do corpo humano. A fisiologia é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas do corpo humano.

Muitos cientistas buscam a partir da descoberta do código do DNA a construção em laboratório de corpos. É o que chamam de corpo biocibernético e de ciborgue, tais como corpo protético, corpo pós-orgânico, pós-biológico ou pós-humano.

No âmbito anatômico e científico, o corpo é substância física ou estrutura, de cada homem ou animal. Para a Biologia é um organismo vivo, composto de pequenas unidades denominadas células e para a Química, é uma porção de matéria. Para a Astronomia, qualquer objeto natural perceptível no céu: Reducionistas pensam que o corpo humano é uma máquina biológica complexa, cujo funcionamento e constituição, é quase inteiramente idêntico ao funcionamento e constituição dos corpos de outras espécies de animais, particularmente aquelas que estão evolucionariamente mais próximas do Homem.

Filosofia

A palavra corpo é uma das mais ricas da língua portuguesa. O corpo sempre foi objeto de curiosidade por ser uma engrenagem misteriosa. Esse fato levou com que cada área do conhecimento humano apresentasse possíveis definições para o corpo como seu objeto de estudo.

Platão definiu o homem composto de corpo e alma. A teoria filosófica de Platão baseia-se fundamentalmente na cisão entre dois mundos: o inteligível da alma e o sensível do corpo. O pensamento platônico é essencial para a compreensão de toda uma linhagem filosófica que valoriza o mundo inteligível em detrimento do sensível. A alma é detentora da sabedoria e o corpo é a prisão quando a alma é dominada por ele, quando é incapaz de regrar os desejos e as tendências do mundo sensível.

Foucault concebeu o corpo como o lugar de todas as interdições. Todas as regras sociais tendem a construir um corpo pelo aspecto de múltiplas determinações. Já para Lacan, o corpo é o espelho da mente e diz muito sobre nós mesmos. Para Nietzsche, só existe o corpo que somos; o vivido e este é mais surpreendente do que a alma de outrora.[1]

Em Michel de Certeau, encontra-se O CORPO o como lugar de cristalização de todas as interdições e também o lugar de todas as liberdades. Georges Bataille definiu o corpo como uma coisa vil, submissa e servil tal como uma pedra ou um bocado de madeira.

Para Descartes, pregador do cartesianismo, o corpo enquanto organismo é uma máquina tanto que tem aparelhos, enquanto Espinosa, objetivando desconstruir o dualismo mente/corpo e outras oposições binárias do iluminismo como natureza/cultura, essência/construção social, concebe o corpo como tecido histórico e cultural da biologia.

Para o crítico literário Pardal Mallet, o autor empresta o seu próprio corpo para dar corpo ao seu texto e ao mesmo tempo cria dentro do texto outros corpos de personagens que transitam no discurso corporal romanesco, porque o texto também tem o seu corpo.

Para Gilles Deleuze, um corpo pode ser controlável, já que a ele pode se atribuir sentidos lógicos. Afirmou este filósofo que somos "máquinas desejantes". Em sua teoria, ao discorrer sobre corpos-linguagem disse que o corpo "é linguagem porque pode ocultar a palavra e encobri-la". Ivaldo Bertazzo, dançarino, é um instrumento de vida. A descrição do corpo é psicomotora não é psíquica, é uma união entre psiquismo e motricidade.

Merleau-Ponty aludiu que o corpo é espelho de outro corpo. Sobre a metamorfose do corpo, Paul Valéry propôs o problema dos três corpos: o próprio corpo; o corpo reflexo, ponto narciso, inflexão que se relaciona com o entorno, do visto, do que vê e o corpo que é justamente os espaços insondáveis, tanto pela visão como pelo tato, função, fisiologia e funcionamento, universo microscópico, líquidos, liquefação.

Fenomenologia

A fenomenologia também concebe o ser no mundo emotivo, perceptível e móvel. Em face desse entendimento, diz que o corpo adquiriu certa identidade, sobretudo no momento atual em que há uma crise do sujeito, do eu, da subjetividade que coloca em causa, até mesmo, ou antes de qualquer coisa, a corporeidade do indivíduo, fazendo com que o corpo se torne, em consequência desse momento da sociedade, um "nó de múltiplos investimentos e inquietações" (SANTAELLA, 2004: 10).

A partir dos anos 70, a body art[2] passou a incluir o corpo enquanto sujeito do espetáculo e da forma artística em si. Com o impulso tecnológico, a partir dos anos 90, ocorreu uma maior auto-apropriação pelo artista do seu corpo e do corpo de outrem como sujeito e objeto da experiência estética. Todos os dias a televisão está estampando dentro de nossas casas "vinhetas" e aberturas de novelas com efeito digital , mostrando performances corporais: o simulacro do corpo. Na atualidade o grande artista da mídia televisiva é Hans Donner, o inventor da mulata Globeleza Valéria Valenssa, que o desposou e ao mesmo tempo a transformou em mulata virtual e símbolo do carnaval carioca. Numa mágica corporal, tecnológica, midiática inéditas e criativas para a televisão brasileira. Criatura e criador integram o virtual.

O corpo ou os corpos – como se vê – não pode ser lido como uma ideia marcada de unidade. Devem, ser lidos como uma ampla rede de múltiplas combinações.

Assim, pode-se afirmar atrelando as definições da fenomenologia (que explica os estados do corpo) e da antropologia (ligada ao homem) que cada ser é um corpo no sentido social e cultural, ou seja, as experiências que se vivenciam a partir de valores relativos ao corpo fazem com que os corpos humanos sejam culturalmente construídos, possivelmente pelo auditório.

Aparelho digestivo

O aparelho digestivo, digesto ou digestório ou ainda sistema digestório[1][2] é o sistema que, nos humanos, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm por função a realização da digestão. Sua extensão desde a boca até o ânus é de 6 a 9 metros em um ser humano adulto.[3]

 
Aparelho digestório humano.
 
 

Divisões

O tubo digestivo é dividido em trato gastrointestinal superior, trato gastrointestinal inferior e glândulas acessórias.

Trato gastrointestinal superior

O trato gastrointestinal superior é composto pela boca, pela faringe, pelo esôfago e pelo estômago.

Na boca, ocorre o processo de mastigação que, junto com a salivação, secreção das glândulas salivares (água, muco e enzima), degrada o amido pela ação da ptialina (que inicia o processo de digestão dos carboidratos presente no alimento), em maltose, e ainda faz os movimentos impulsionatórios que ajudam a deglutir o alimento, fazendo-o passar ao esôfago.

A faringe pertence tanto ao sistema respiratório como ao digestório.[4] Ela auxilia no processo de deglutição (ato de engolir). O esôfago é o canal de passagem para onde o bolo alimentar é empurrado por meio de contrações musculares (movimentos peristálticos) até o estômago.

No estômago, inicia-se o processo de quimificação, aonde atua a pepsina, enzima que transforma (quebra) as proteínas em peptídeos (cadeias menores de aminoácidos). O estômago é um órgão em formato de bolsa com o ph em torno de 2 (muito ácido). Ele pode ficar horas misturando o bolo alimentar em seu interior com a secreção gástrica (água, muco, ácido clorídrico e enzimas). O bolo alimentar torna-se mais líquido e ácido passando a se chamar quimo e vai sendo, aos poucos, encaminhado para o duodeno.

Trato gastrointestinal inferior

O intestino delgado é um tubo longo, com mais de seis metros de comprimento, que se inicia no estômago. Para adaptar-se ao espaço da cavidade abdominal, faz múltiplas curvas, chamadas de alças intestinais. É nele que se inicia a absorção dos alimentos,por meio das vilosidades que recobrem sua superfície interna.[5] As membranas das próprias células do epitélio intestinalapresentam, por sua vez, dobras microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água ingerida, os íons e as vitaminas. Em sua parede são produzidas as enzimas: peptidase (digestão de proteínas), maltase (digere a maltose), lactase (digere a lactose) e a sacarase (digere a sacarose).

O intestino delgado se divide em duodeno, jejuno e íleo.[5]

O duodeno é a primeira parte do intestino delgado. Iniciando no piloro, ele realiza parte de seu trajeto atrás do peritônio, onde penetra para se ligar ao jejuno. Em forma de C, ele se divide em quatro partes: uma oblíqua, uma descendente, uma horizontal e uma ascendente, que se liga ao jejuno pela flexura duodenojejunal, ou ângulo de Treliz. Seu primeiro segmento é mais largo, e é conhecido como ampola, ou bulbo duodenal. No duodeno são lançadas a secreção do fígado, que chega pelo ducto colédoco, e a do pâncreas, que chega pelo ducto pancreático.[5]

No jejuno ocorre a maior parte da absorção dos alimentos. Ligado ao duodeno pela flexura duodenojejunal, ele se liga ao íleo em um ponto de junção ainda pouco conhecido, em virtude das semelhanças entre estes dois segmentos do intestino. O íleo, por sua vez, conecta-se ao intestino grosso pelo ósteo ileal, que permite a passagem dos restos alimentares e impede seu retrocesso.[5]

  • Intestino grosso: Dividido em quatro partes: ceco (cecumico ou cecum), cólon, apêndice e o reto. É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Fortíssimas ondas peristálticas, denominadas ondas de massa, ocorrem eventualmente e são capazes de propelir o bolo fecal, que se solidifica cada vez mais, em direção às porções finais do tubo digestório: os cólons, sigmoide e reto.
    • Ceco: É a porção inicial do intestino grosso segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo. Para impedir o refluxo do material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo com o ceco - válvula ileocecal. No fundo do ceco encontramos uma ponta chamada apêndice cecoide ou vermicular.
    • Apêndice: É uma pequena extensão tubular terminada em fundo cego. Embora preso ao tubo digestivo e classificado como órgão acessório da digestão, o apêndice não é funcionalmente importante no processo digestório. Sua inflamação, denominada apendicite, é uma séria condição clínica que frequentemente exige intervenção cirúrgica.[2]
    • Cólon: É a região intermediária, um segmento que se prolonga do ceco até o ânus.
    • Sigmoide: O sigmoide ou porção pélvica, é a seção do intestino grosso que liga a porção transversal do mesmo ao reto. Recebe o nome sigmoide pela sua aparência que lembra a letra "S" do alfabeto grego (sigma). O nome porção pélvica refere-se à região em que se encontra.

É caracterizado por ser a parte do intestino na qual os movimentos peristálticos fazem maior pressão no bolo alimentar a fim de solidificá-lo e transformá-lo em fezes.

    • Reto: É a parte final do tubo digestivo e termina-se no canal anal. Ele possui geralmente três pregas em seu interior e é uma região bem vascularizada. Pode ser avaliado através do toque retal, retoscopia ou retosigmoideoscopia. É no canal anal que ocorrem as hemorroidas que nada mais são que varizes nas veias retais inferiores.
  • Ânus: Controla a saída das fezes, localizado na extremidade do intestino grosso

Glândulas acessórias

Ao tubo digestivo estão associadas glândulas que produzem sucos digestivos ricos em enzimas e outras substâncias que ajudam a dissolver os alimentos. O fígado intervem, ainda que não produza qualquer suco digestivo mas, sim, a bílis que funciona como emulsificante (ajuda a quebrar a gordura em gotas de pequena dimensão, de forma a facilitar a absorção, ou seja, a digestão). As glândulas/órgãos/estruturas anexas são !

 

Sistema respiratório


O sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas do organismo dos animais com o meio ambiente ou seja a hematose pulmonar, possibilitando a respiração celular.[1]

Nos vertebrados terrestres, o sistema respiratório é fundamentalmente formado por dois pulmões, como explicado abaixo. Mas nos animais aquáticos, como peixes e moluscos, o sistema baseia-se nas brânquias,[2] enquanto que nos artrópodes terrestres, a respiração é assegurada por um sistema de traqueias.

Nos organismos unicelulares e em alguns animais, como as esponjas e celenterados, assim como nas "plantas" (no sentido da taxonomia de Lineu), não existe um verdadeiro sistema respiratório, sendo a respiração celular assegurada por trocas gasosas diretas entre as células do organismo e o meio ambiente.[2]

Sistema respiratório dos vertebrados terrestres

 

Os órgãos do sistema respiratório dos vertebrados terrestres, além de dois pulmões, são: fossas nasais, boca, faringe (nasofaringe), laringe, traqueia, brônquios (e suas subdivisões), bronquíolos (e suas subdivisões), e os alvéolos pulmonares reunidos em sacos alveolares.

 

A função principal do sistema respiratório é basicamente garantir as trocas gasosas com o meio ambiente. O processo de troca gasosa no pulmão, dióxido de carbono por oxigênio, é conhecido como hematose pulmonar.[1] Mas também ajuda a regular a temperatura corpórea, o pH do sangue e liberar água.

 

A inspiração e a expiração são processos passivos do pulmão já que ele não se movimenta, isso fica a cargo do diafragma, dos músculos intercostais e da expansibilidade da caixa torácica, que garante a consequente expansão do pulmão graças à coesão entre a pleura parietal (fixa na caixa torácica) e a pleura visceral (fixa no pulmão).

 

O ar inspirado, rico em oxigênio, passa pelas vias respiratórias, sendo filtrado, umedecido, aquecido e levado aos pulmões. No íntimo pulmonar o oxigênio do ar inspirado entra na circulação sanguínea e o dióxido de carbono do sangue venoso é liberado nos alvéolos para que seja eliminado com o ar expirado. O ar expirado é pobre em oxigênio, rico em dióxido de carbono e segue caminho oposto pelo trato respiratório.

 

A respiração, ou melhor dizendo, a ventilação pulmonar, é um processo "semi-automático", que permite a intervenção do sistema nervoso central, mas normalmente é controlada pelo bulbo (que controla a amplitude e frequência da respiração), o diafragma é controlado pelo nervo frênico. O bulbo é sensível às variações de pH do sangue. Ao faltar oxigênio na corrente sanguínea, ocorre um aumento da concentração do íon bicarbonato (HCO3, forma na qual ocorre a maior parte do transporte de gás carbônico no sangue) de caráter ácido, acarretando uma redução do pH e a consequente resposta do bulbo a esta variação, que consiste em aumentar a frequência respiratória.

 

São assim denominadas as estruturas responsáveis pelo transporte do ar aos pulmões no organismo humano. Essas estruturas são anatomicamente separadas em:[2]

 

O epitélio respiratório (pseudoestratificado, ciliado, não-queratinizado) é a mucosa que reveste boa parte do trato respiratório, estendendo-se das fossas nasais até os brônquios. Esse epitélio é responsável pela filtração, aquecimento, e umidificação do ar inspirado. A filtração é possível graças à presença de muco secretado pelas células caliciformes e dos cílios que orientam seus batimentos em direção à faringe, impedindo a entrada de partículas estranhas no pulmão; enquanto o aquecimento é garantido pela rica vascularização do tecido, principalmente nas fossas nasais.

 

A laringe tem importante função ao impedir a entrada de alimento nas vias aéreas inferiores e garantir a fonação. No homem, é formada por nove peças de cartilagem: a cartilagem tireóide, localizada anteriormente e em forma de duas placas formando um diedro, esta é a cartilagem da laringe que forma a proeminência laríngea ou pomo-de-adão;[1] inferiormente instala-se a cartilagem cricóide, que possui um formato de anel e conecta-se com a extremidade superior da traqueia; posteriores à cartilagem tireóide está o par de cartilagens aritenóides, que são presas à região supero-posterior da cartilagem cricóide; fixas sobre cada cartilagem aritenóide encontra-se uma cartilagem corniculada; anteriores às cartilagens aritenóides e posteriores à cartilagem tireóide encontram-se as duas cartilagens cuneiformes; e por cima da estrutura da laringe se encontra a cartilagem epiglótica, mobilizável pelos músculos da laringe para fechar a epiglote durante a deglutição. Todas essas cartilagens são unidas por tecido fibroso e músculos. As pregas vocais (cordas vocais) são duas pregas músculo-membranosas presentes na parede posterior da cartilagem tireóide, que aumentam ou reduzem a luz da rima da glote (abertura entre as pregas vocais) produzindo sons durante a passagem de ar.[1]

 

A traqueia é formada por anéis incompletos de cartilagem em forma de "C", feixes musculares lisos, uma capa interna de epitélio respiratório, e mais externamente de tecido conjuntivo que envolve todas essas estruturas. Inferiormente se subdivide e dá origem a dois brônquios que penetram no pulmão pelo hilo do pulmão.

 

Os brônquios, à medida que penetram no pulmão, vão sofrendo sucessivas ramificações até virarem bronquíolos terminais.[1]

 

Sistema respiratório(legenda em espanhol).

 

Sistema circulatório

O sistema circulatório é o sistema pelo qual são transportados nutrientes (como aminoácidos, eletrólitos e linfa), gases, hormônios, hemácias etc. para as células do organismo e também a partir delas, a fim de defender o corpo contra doenças, regular a temperatura corporal, estabilizar o pH e manter a homeostase. Faz a comunicação entre os diversos tecidos do corpo.[1]

Este sistema pode ser visto, estritamente, como uma rede de distribuição do sangue,[2] mas alguns consideram que o sistema circulatório é composto pelo sistema cardiovascular, que transporta o sangue, e pelo sistema linfático, que distribui a linfa.[3] Enquanto humanos, assim como outros vertebrados, apresentam sistemas cardiovasculares fechados (o que significa que o sangue nunca deixa a rede de artérias, veias e capilares, em situações fisiológicas), alguns grupos de invertebrados têm um sistema cardiovascular aberto. No filo animal mais primitivo o sistema cardiovascular é ausente. O sistema linfático, por outro lado, é um sistema aberto.

Dois tipos de fluidos se movem através do sistema cardiovascular: sangue e linfa. O sangue, o coração e os vasos sanguíneos formam o sistema cardiovascular. A linfa, os linfonodos e os vasos linfáticos formam o sistema linfático. O sistema cardiovascular e o sistema linfático, coletivamente, dão origem ao sistema circulatório.[1]

O sistema circulatório humano. Em vermelho, o sangue arterial. Em azul, o sangue venoso.
 
 
 

Funções

O sistema circulatório é responsável por conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo: oxigênio para as células, hormônios (que são liberados pelas glândulas endócrinas) para os tecidos, condução de dióxido de carbono para sua eliminação nos pulmões, coleta de excretas metabólicos e celulares, entrega desses rejeitos nos órgãos excretores, como os rins.[4] Além disso, apresenta importante papel no sistema imunológico de defesa contra infecções, na termorregulação (acima da temperatura normal, efetua a vasodilatação dos vasos periféricos e, abaixo dela, produz vasoconstrição periférica).[5] O transporte de nutrientes desde os locais de absorção até as células dos diferentes órgãos também é realizado por este sistema. De modo geral, o sistema circulatório mantém as células em condições adequadas para que consigam sobreviver e desempenhar suas funções individuais da melhor maneira, portanto permite a manutenção da homeostase.[6]

Sistema circulatório em animais

Platelmintos, como a Helicometra sp. da imagem, não apresentam um sistema circulatório especializado.

Ausência de sistema circulatório

Certos animais invertebrados não apresentam sistema circulatório. Os nutrientes, gases e excretas são transportados por outras vias. A ausência de um sistema organizado de transporte só é suportada por animais de dimensões reduzidas, ou seja, com elevada relação S/V (superfície/volume corporais), o que é encontrado em poríferos, cnidários (ou celenterados), platelmintos, nematódeos (ou nematelmintos) e em alguns equinodermos.[7]

Poríferos apresentam difusão das substâncias de célula a célula. Nos cnidários, a distribuição dos nutrientes é feita diretamente pela cavidade gastrovascular. Animais como a planária (classe Tuberllaria), do filo dos platelmintos, apresentam um intestino ramificado que faz o transporte das substâncias para todas as células. Os nematódeos contam com o fluido de sua cavidade pseudocelomática para distribuir os nutrientes pelo corpo. Por fim, os equinodermos podem apresentar um sistema circulatório muito reduzido ou ausente, sendo as substâncias distribuidas pelo organismo através do fluido celomático.[8]

Sistema circulatório aberto (ou lacunar)

Este tipo de sistema circulatório não apresenta capilares nem veias; um ou mais corações, com 2 ou 3 câmaras (aurículas e ventrículos), bombeiam o sangue (hemolinfa é um nome mais apropriado para esse caso, pois não há a presença de pigmento respiratório, como no sangue) por um vaso dorsal. O sangue então dirige-se para cavidades chamadas seios ou lacunas (que constituem a hemocele), localizadas na massa visceral ou manto, e retorna quando o coração relaxa, através de orifícios chamados ostíolos.[1] Recebe o nome de sistema circulatório aberto, porque nem todo o trajeto do sangue é percorrido dentro de vasos. O sistema circulatório dos artrópodes e da maioria dos moluscos, exceto os cefalópodes, é aberto. Os protocordados (urocordados e cefalocordados) também possuem circulação aberta.

Os artrópodes, em geral, apresentam um coração tubular dorsal que impulsiona a hemolinfa para as artérias, seguindo para as cavidades (lacunas) da hemocele e retornando, posteriormente, para o coração. Pode haver a presença de um coração acessório em alguns insetos, que ajuda a impulsionar a hemolinfa para as asas e extremidades. Nos crustáceos, a hemolinfa apresenta pigmentos respiratórios, praticando, além da distribuição de nutrientes e o recolhimento de excretas metabólicos, o transporte de gases.[8]

O sistema circulatório dos moluscos apresenta um coração contrátil, constituído por músculos, que impulsiona o sangue para as artérias, que terminarão nas lacunas da hemocele, onde o sangue entra em contato com os tecidos do corpo. Dali o sangue é conduzido pelas veias de volta para o coração. O sangue dos moluscos contém pigmentos respiratórios e, portanto, além de transportar os nutrientes e os excretas, leva os gases da respiração. Os moluscos da classe Cephalopoda, como as lulas e os polvos, apresentam sistema circulatório fechado.[8]

Os urocordados, também conhecidos como tunicados, possuem, na base de sua faringe, um coração que bombeia o sangue para vasos sanguíneos, que terminam em lacunas. Existem vasos que se direcionam para as brânquias desses animais, onde ocorrem a trocas gasosas. Já os cefalocordados, como o anfioxo, contam com uma artéria ventral contrátil que impulsiona o sangue para os vasos das fendas branquiais, seguindo, depois, para a região dorsal para banhar os órgãos e os músculos. O sangue, então, passa a circular em lacunas, até ser conduzido pelas veias à artéria ventral.[8]

Sistema circulatório completo

Sistema circulatório completo

Um sistema circulatório diz-se completo quando o sangue venoso separa-se completamente do sangue arterial.

Sistema circulatório fechado

Um sistema circulatório é dito fechado quando o sangue circula sempre dentro de vasos sanguíneos. Este sistema é composto por um líquido que leva nutrientes às células e elimina seus resíduos. O líquido, bombeado pelo coração, pode ser incolor, chamado de hemolinfa (presente nos insetos) ou plasma (chamado sangue). Nos seres humanos, assim como nos outros vertebrados,[1] o sangue está em sistema fechado formado pelo coração, artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. A circulação fechada também é encontrada nos anelídeos e nos moluscos da classe Cephalopoda.

Sistema circulatório fechado e com sangue completo

O sistema circulatório é fechado e com sangue em todos os seres do subfilo dos vertebrados (dividido em sete classes, três classes de peixes, e as outras de anfíbios, répteis, aves e mamíferos), exceto nos ciclostomados [nota 1] (peixe-bruxa e lampreia) além dos anelídeos e cefalópodes, na qual o sangue nunca sai da rede de vasos sanguíneos composta por veias, artérias e capilares.

No peixe, o sistema circulatório é simples; o sangue sai do coração, circula pelas brânquias (onde o sangue é oxigenado), pelos capilares do corpo, voltando para o coração no final do ciclo. Portanto, o coração do peixe é uma única bomba (composta de duas câmaras).

Nos anfíbios e répteis, há sistema circulatório 'duplo'; o que quer dizer que há dois ciclos pelo qual o sangue passa, um no qual o sangue é oxigenado e outro no qual ele é distribuído pelo corpo. No entanto, nem sempre o coração é totalmente separado em duas bombas. Os anfíbios possuem um coração com três câmaras.

Nas aves e mamíferos (que também apresentam sistema fechado duplo), o coração é claramente separado em duas bombas e é formado por quatro câmaras.

Sistema circulatório no ser humano

O sistema circulatório humano é composto pelo sangue, condutores (veias e artérias) e coração. O coração é o órgão que bombeia o sangue.

O sistema vascular é composto pelos vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. As artérias são os vasos pelos quais o sangue sai do coração. Como a pressão do sangue no lado arterial é maior, comparando com as veias, resultando ser a parede das artérias mais espessa. As veias são os vasos que trazem o sangue para o coração; dentro delas há válvulas que, caso o sangue comece a fluir na direção contrária do coração, fecham-se impedindo o refluxo do sangue. Os capilares são vasos microscópicos, com apenas uma camada de células e uma camada basal e que são responsáveis pelas trocas de gases e nutrientes entre o sangue e o meio interno.

O sangue segue um caminho contínuo, passando duas vezes pelo coração antes de fazer um ciclo completo. Pode-se dividir, desta maneira, o sistema circulatório em dois segmentos: a circulação pulmonar e a circulação sistêmica.

Circulação pulmonar

Esquema da circulação pulmonar

A circulação pulmonar ou pequena circulação inicia-se no tronco da artéria pulmonar (que sai do ventrículo direito), seguindo pelos ramos das artérias pulmonares, arteríolas pulmonares, capilares pulmonares (que envoltam os alvéolos, possibilitando a hematose - troca de gases). Até aqui o sangue é venoso - rico em gás carbônico. A partir daqui o sangue é arterial - rico em oxigênio. Segue: vênulas pulmonares e veias pulmonares que desaguam no átrio esquerdo do coração.

Circulação sistêmica

A circulação sistêmica é a parte do sistema cardiovascular que transporta sangue oxigenado do coração para o resto do corpo, e retorna sangue pobre em oxigênio de volta para o coração. A circulação sistêmica é, em termos de distância, muito mais longa do que a circulação pulmonar, transportando sangue para todas as partes do corpo.

Vista da frente, o que significa que o lado direito do coração está à esquerda do diagrama (e vice versa)

Circulação coronária

O sistema circulatório coronário fornece uma fonte de sangue para o coração. Como ela fornece o sangue oxigenado para o coração, é, por definição, uma parte do sistema circulatório sistêmico.

Coração

O coração bombeia o sangue oxigenado para o corpo e o sangue desoxigenado para os pulmões. No coração humano existe um aurícula e um ventrículo para cada circulação, e com ambos uma circulação sistêmica e pulmonar, havendo quatro câmaras no total: átrio esquerdo, ventrículo esquerdo, átrio direito e ventrículo direito. O átrio direito é a câmara superior do lado direito do coração. O sangue que retorna ao átrio direito é venoso (pobre em oxigênio) e passa para o ventrículo direito para ser bombeado pela artéria pulmonar para os pulmões para re-oxigenação e remoção de dióxido de carbono. O átrio esquerdo recebe sangue recém-oxigenado dos pulmões bem como da veia pulmonar, que é passado para o ventrículo esquerdo forte para ser bombeado através da aorta para os diferentes órgãos do corpo.

Sistema cardiovascular fechado

Os sistemas cardiovasculares dos humanos são fechados, o que significa que o sangue nunca sai da rede de vasos sanguíneos. Em contraste, o oxigênio e os nutrientes se difundem através dos vasos e entram no fluido intersticial, que carrega oxigênio e nutrientes para as células alvo, e dióxido de carbono e restos na direção oposta. O outro componente do sistema circulatório, o sistema linfático, não é fechado.

Outras definições

  • Circulação visceral - É a parte da circulação sistêmica que supre os órgãos do sistema digestivo.
  • Circulação portal hepática - O sangue venoso dos capilares do trato intestinal drena na veia portal, que invés de levar o sangue de volta ao coração, leva-o ao fígado. Isso permite que este órgão receba nutrientes que foram extraídos da comida pelo intestino. O fígado também neutraliza algumas toxinas recolhidas no intestino. O sangue segue do fígado às veias hepáticas e então para a veia cava inferior, e daí ao lado direito do coração, entrando no átrio direito e voltando para o início do ciclo, no ventrículo direito.
  • Circulação fetal - O sistema circulatório do feto é diferente, já que o feto não usa pulmão, mas obtém nutrientes e oxigênio pelo cordão umbilical. Após o nascimento, o sistema circulatório fetal passa por diversas mudanças anatômicas, incluindo fechamento do duto arterioso e foramen ovale.
  • Circulação coronária - É o conjunto das artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias próprias do coração. São considerados separadamente por sua importância médica e porque sua fisiologia (modo de funcionamento) apresenta aspectos particulares.